Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausta. Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Eu sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras e falta de ar… (Clarice Lispector)
24 de junho de 2010
O narrador.
Hoje teu silêncio me valeria o dia. Cada sorriso involuntário, tímido, baixinho seria suficiente. Sabe, eu preciso apenas de teu cuidado, de saber que importas, mesmo que não estejas presente. Eu preciso que você ache normal, e talvez até goste, quando eu te ligar de madrugada por não conseguir dormir. Que você me pergunte, não apenas por educação, como foi meu dia. Que me ligue, nem que a ligação dure apenas 20 segundos, tempo suficiente de dizer “só queria ouvir tua voz”, e antes de desligar fale mansamente, em volume quase zero que te faço feliz, ainda que como um amigo. Eu queria que o dia amanhã tivesse nuvens no céu, uma chuva fina até o fim da tarde, quando eu fosse te ver. E desse lugar a um belo pôr-do-sol. Todas as palavras exageradas que uso são pra dizer coisas simples. Pra dizer que sinto tua falta, mas sei que posso contar contigo. Nunca pensei que poucas palavras trouxessem tantas alegrias, um ‘eu te amo’, por exemplo, faz qualquer um largar os cobertores por uma praia. Então vai, vai ser feliz ao lado de quem se ama. Eu ainda prefiro ficar nos cobertores a ficar ao lado de não me quer bem assim.
~ por jonathasiohanathan
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