28 de outubro de 2010

Não faz sentido.

Era uma tarde fria, não sei como cheguei até aqui, estava na rua onde você morava.
Mais alguns passos e estava na porta da sua casa, seria duas batidas.
Pensei, recuei. Voltei e chamei.
Não, não fazia sentido isso tudo, você não era mais minha, tinha outra pessoa parecia feliz.
Por que eu estava ali? Não sei, eu precisa de uma prova.
Eu sabia, sabia que não amava ela. Lembrei que uma vez me disse, que eu poderia ver muita coisa, ouvi. Mas aquilo era só momentos, era a mim que você amava.
E eu sabia que o amor não acaba assim, nem uma transa ou várias.
Não, isso não destrói um amor!
Eu pensei.
Peguei o vôo e não sei com que forças cheguei aqui.
Fui tirada dos meus pensamentos ao ouvir a sua voz.
Meu coração disparou, minhas mãos tremiam, suavam, minhas pernas estavam bambas.
E por um momento eu esqueci tudo e me joguei nos teus braços, foi tão único aquele momento, senti teu cheiro teus braços, mas logo o ódio tomou conta de mim e me afastei, senti nojo e te olhei.
Foi então que você apenas falou um " Oi... '' Eu sabia que você queria dizer mais coisas, queria falar que era bom me vê. Mas apenas perguntou " Como? " eu respondi.
Não importa.
Você me convidou para entrar, eu disse que não queria. Queria falar com você, mas longe dali, longe da sua casa.
Você me levou até uma pracinha, fomos andando caladas.
Você abriu a boca pra falar algo, eu pedi pra não falar nada.
Chegamos à uma praça, sentamos e eu depois de abrir e fechar a boca várias vezes, falei.
" Como você podê? Por que jogou nosso amor fora? Eu não posso acreditar... "
Você me interrompeu tocando em minhas mãos, e dizendo que me amava.
Eu recuei perguntei dela, você disse que tava só.
Perguntei quantas, você se calou.
Você disse que não suportava, que não aguentava mais viver sem me tocar, sem me sentir.
Disse que foi apenas tesão, nunca amou as outras. Disse que eu era a única.
Que era a mim que amava.
Me puxou pelos braços e me abraçou.
Eu suspirei, recuei.
Você disse que sabia que eu sentia o mesmo, se não por que diabos eu estaria ali?
Eu menti, disse que estava de passagem com uns amigos e resolvi vê-lá.
Você abaixou o olhar e perguntou se eu tinha alguém.
Eu grossa, respondi que não interessava.
Perguntou se eu ainda a amava; Eu disse que não importava.
Eu disse que precisava ir.
Pedi pra você ser feliz e me esquecer.
Foram alguns passos, você me chamou eu não olhei.
Continuei a caminhar e quando vi sua mão fria tocou meu braço.
Pediu pra eu olhar nos seus olhos.
Eu recuei, sabia que não suportaria.
Você me virou e segurou firme em meus braços, me fez olhar nos teus olhos.
Seus olhos eram triste, sua voz suou sincera.
Eu te amo, sempre te amei e sempre vou te amar.
Desculpa por tudo, eu fui uma idiota, e quando percebi que havia te perdido eu sofri demais.
Eu te liguei você não atendeu, eu te mandei emails, cartas e você não respondeu.
Você é tudo pra mim, Bianca.
E sei que assim como eu, ainda me ama.
Eu suspirei e cai nos teus braços, joguei todo ódio e mágoa fora.
E dei outra chance ao nosso amor.

16 de outubro de 2010

Se um dia,

se perder em outros corpos, não se esqueça que aqui tem um que chama, implora, deseja e espera pelo teu.
Se beijares outros lábios, não esqueça que aqui lábios sedentos desejos esperam os teus.
Se outros braços te acalmarem, não esqueça que espero os teus para me sentir em paz.
Se ao ver outros olhos, os teus brilharem, não esqueça que longe dos teus olhos está quem te ama.
E se, por fim, em teu coração outra pessoa fizer moradia, não esqueça que no meu coração só haverá você. Sempre, eu e você.

Taça de champanhe

um disco rodando sempre o mesmo lado
crise
um telefone ao alcance da mão
um número decorado na cabeça e uma aflição no coração


é aí que mora o perigo.


Martha Medeiros.

2 de outubro de 2010

Para Bianca.

Já que acabei de te falar que não vou te mostra, talvez possa ser mais clara comigo mesmo. Ontem eu me imaginei com sua pele, seu sorriso um pouco mais perto. Estou me traindo, estou me sentindo mal, acredite isso não é bom. Não me anima, pelo contrario me faz derramar lágrimas de incerteza. Queria experimentar o gosto dos seus lábios, mas não posso querer, não tenho esse direito, eu já sei que te desejo, mas amo outro corpo, outra vida e não é a sua. Talvez eu esteja vivendo o que vive há quase dois anos atrás, foi desse jeito aos poucos e poucos e hoje estou com quem me mostrou um pouco mais da vida. Obrigada pela lição de ontem, pelo que vejo sou uma aluna bem fácil de absolver o conteúdo. Sinceramente estou vendo meu passado em você, vendo tudo que já passei em um único ser, vendo você não fazer a pergunta certa, faltou o ‘quem’ apenas isso. Eu já te amei tanto olhando para parede, e mesmo na minha fantasia não toquei seus lábios, mesmo na minha fantasia.

Cecília.